sexta-feira, setembro 30, 2005

Deixei de tentar perceber os outros. Deixei de tentar fazer algum sentido. Decidi apenas deixar-me ir. Apontar um sentido e seguir à deriva. Cansa tentar fazer tudo bem, querer fazer as coisas certas, preocupar-me com o sentido último de tudo. Viver não tem sentido. A moral não tem regras. A ética não existe, tem tantas definições como pessoas haverá no mundo, e cada uma destas, com uma ética diferente em cada momento. A felicidade não existe. Quem a persegue, ignora o instante. É isso que me gratifica. Um presente colorido, que me rasga o sorriso e me deixa satisfeito. Que me deixa tranquilo, satisfeito e sereno. O mundo não faz nem fará nunca sentido. É assim o Homem, é assim a vida, é assim o Universo, assim é tudo e assim é nada. Porque não há regras gerais, nem sequer a verdade existe, e tudo é uma cambada de mentiras que nos condicionam. Pauto as minhas acções pelo que me interessa, e não pelo que me dizem que deve ser. Impossível e real tornam-se assim duas palavras vagas que tento manipular sempre que posso...

domingo, setembro 18, 2005

Mas porque será que ainda voltas aqui? Não te percebo, palavra de honra... Sim, gostei muito de ti, e sim, também gostei muito dela. E de outras, antes e depois, não tantas quanto gostaria, nem tão poucas como seria o ideal. E gosto, e continuo a gostar, de todas e de cada uma, e na minha memória ficarão como recordação de um fortíssimo desejo reprimido, uma viagem cancelada. Mas não te percebo. Sim, eu sei que pensas que ela nunca sentiu nada por mim, nem eu por ela, e sabes porque também o sentiste. Não te mintas a ti, nem te enganes a mim. Foi isto que te disse, mas nem sequer o quiseste ouvir. Chamaste-me para ti, mas depois puxaste o tapete. Lembras-te? Ela pelo menos não segurou. Odiei-te tanto por isso. Tudo bem, fui desportivo, e nem vendi cara a derrota. Porque o percebi, o tempo todo. Mas também tive culpa. Foi a minha pequena vingança. Mesmo assim fui egoísta. Não tenho uma carinha perfeita nem visto azul bebé, mas tenho um orgulho fodido, que me vai salvando, nos momentos decisivos. Se fosse agora? Se fosse agora voltaria a fazer o mesmo. Seria ontem, hoje, agora, contigo, com ela, com outra, que sentisse, que eu amasse, e com força suficiente para me salvar de mim, mas que não me quisesse tentar levar para longe, nem por muito tempo. Por isso, foge, deixa te me ir embora...

terça-feira, setembro 13, 2005


Onde quero eu chegar com tudo isto?
Parece que corro para fugir de mim próprio
Para perder o pensamento no meu próprio rasto

segunda-feira, setembro 12, 2005


PERFECT CIRCLE



Orestes

Metaphor for a missing moment
Pull me in to your perfect circle

One womb
One shame
One resolve

Liberate this will
To release us all

Gotta cut away, clear away
Slip away and sever this
Umbilical residue that's
Keeping me from killing you

And from pulling you down with me in here
I can almost hear you scream

One more medicated peaceful moment
Give Me
One more medicated peaceful moment

And I don't wanna feel this overwhelming
Hostility
I don't wanna feel this overwhelming
Hostility

Gotta cut away, clear away
Slip away and sever this
Umbilical residue

Gotta cut away, clear away
Slip away and sever this
Umbilical residue that's
Keeping me from killing you

Slip away and sever this
Keeping me from killing you

quarta-feira, setembro 07, 2005

Estar apaixonado é fodido
Perde-se o gosto de viver
passa-se a existir em função de um ser
o pensamento torna-se prisioneiro, cativo
ansioso como um fugitivo

Penso nela o dia todo
Um desesperante estado de transe
determina toda a minha acção.
A toda a hora me interrogo
quando vai acabar esta auto-destruição

Maldito impulso que me empurra cegamente
o mesmo que no abismo impele a dar um passo em frente
Penso racionalmente, e nada vejo
luto para regressar, mas não consigo.
Mas que raio se passa comigo?


Se estar sozinho é uma merda, e a única coisa positiva nisso é a liberdade e o facto de não termos de prestar contas a ninguém, então a partir de agora vou voltar a ser aquilo que fui um dia, e aproveitar a vida ao máximo.. A auto-confiança está de volta. Perdi demasiado tempo com ilusões e utopias. Há que recuperá-lo depressa, e ser pragmático. E desta vez vai ser a sério...

E no fim de contas sou estúpidamente romântico. Acredito no amor, mesmo que nunca o tenha conhecido. Fiz sofrer pessoas que não mereciam, e que estariam dispostas a dar tudo. No fundo nunca soube realmente decidir. Amei-as todas. Nunca pude decidir, nem escolher, porque nenhuma mereceria ser rejeitada. Foram todas. E no final fiquei sozinho. Á espera de uma decisão. Nunca chegou. Teria alguma vez sequer existido?