quarta-feira, abril 23, 2008

Life´s a bitch

Quando tenho alguém em boa consideração, há quase sempre algo que essa pessoa depois faz que me desilude... E continua a deixar sair palavras e imagens que me levam a odiar-me a mim próprio só por continuar a amá-la. Parece obedecer a uma lógica qualquer. Não que eu acredite em regras. Talvez por isso. Talvez por isso tenha desistido definitivamente de Mara. Talvez por isso tenha desistido de todas as outras, como desisto agora, uma vez mais. Mara consegue a cada tirada seguir uma linha de pensamento contrária àquela que eu, intuitivamente, esperaria dela. A bem ver apenas o processo de destruição do ideal que projectei dela na minha imaginação me mantém cativo. O aperceber-me, continuamente, dos meus erros na construção dessa imagem, é por si só, um fenómeno interessante de tentar compreender. É sempre mais evidente na procura da curiosidade, empatia e companhia sexual perfeita, porque aí se joga quase sempre tudo. Mesmo quando tinha a ilusão de que algo bom poderia de súbito vir a acontecer, sabia já de antemão que me estaria a preparar para qualquer coisa que já está precisamente neste momento a confirmar-se. Contudo não deixa de ser desolador... Os seres humanos simplesmente já não me fascinam. As excepções são raríssimas, e oh, como é difícil acreditar que elas existem...



Não posso dizer mais... Vem-me à memória aquele gesto em particular que ela oferece gratuitamente a qualquer outro. Não a culpo a ela. Culpo-me a mim próprio. Desisti dos amores ideais que nada fizeram na realidade. Vai daí fui para a cama com uma deusa Vénus italiana, Elsa, que ainda hoje me põe louco de desejo só de pensar nela. De desejo e não só: há muito tempo que uma mulher não me despertava tanto fascínio e apetite sexual ao mesmo tempo. No sábado seguinte voltei a dormir com Babie, um bocado a pedido, e ao mesmo tempo porque me daria um poder perverso rebentar com isto na cara de Mara. Feito está... No sábado seguinte, doía-me a alma, e não havia Elsa para ninguém. Depois à medida que a semana avança, vão-se as Elsas e surgem as Lúcias... Se pudesse dava-lhes um beijo, ressuscitávas-la do sono profundo com muito calor humano, e opinaríamos da impertinência nas histórias de encantar dos títulos "monárquicos", enquanto fodíamos e nos vínhamos sem parar...
Azar.

Esta merda consome um gajo...



O nascimento de Vénus - Sandro Botticelli