DESTILO ÓDIO
[Adolfo Luxúria Canibal - Zé dos Eclipses / Mão Morta]
Odeio o teu esqueleto ciumento
E os seus ornamentos de suicida
Destilo ódio!
Odeio as tuas tesouras perversas.
Destilo ódio!
Odeio a colecção de animais embalsamados
Que escondes nas gavetas do teu quarto.
Destilo ódio!
Odeio essas peçonhentas mãos de bruxa
E a obscenidade das tuas unhas.
Destilo ódio!
Odeio-te amuleto maligno que me intoxicas os sonhos
Com esse hálito pérfido que até o metal corrompe.
Destilo ódio!
Odeio-te barca sonâmbula.
Destilo ódio!
Odeio-te farol esclerosado
Onde a luz cresce mutilada.
Destilo ódio!
Odeio-te morte mansa
Que forras de veludo as paredes desta alcova.
Destilo ódio!
Odeio-te maldita celerada.
1 Comentários:
sabes como é encher a cabeça; tudo passa, tudo se ultrapassa. passado um tempo sobra-nos o corpo, é o único sítio onde sentimos ferida. tendemos a enchê-lo da mesma forma, com o mesmo vício, com o mesmo engano. passando um tempo não existe abraço onde caibamos.
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