quinta-feira, março 09, 2006

Não gosto dos domesticáveis

Nunca desistirei dos meus ideais de liberdade. O ser humano vive prisioneiro dele próprio, como qualquer animal domesticado. Um cavalo é um animal belo. Contudo foi perdendo com a domesticação toda a sua essência pura e verdadeira. Um arreio e uma sela, que desvirtuaram toda uma evolução de séculos, transmitida ao longo de gerações. Imagine-se um cavalo que vive cativo num estábulo, que sai apenas para satisfazer os caprichos do seu dono. Agora imagine-se um cavalo à solta, no seu habitat primitivo. Imagine agora que é um destes cavalos. Qual deles escolheria? Os arreios do Homem, são a prisão da escravização e das leis que lhe cercam e constringem todos os movimentos. Seria extremamente difícil voltarem a habituar todos os cavalos do mundo a voltar a um estado primitivo. Mas deveria haver um sítio para onde estes pudessem ir, depois de fugirem, para poderem viver em liberdade. Assim está o Homem. Já não há Homens livres. Apenas seres humanos domesticados, escravizados, formatados para servir e serem servidos. Para a mais perfeita bestialidade, escolhemos os mais mecanizados como modelos. As aberrações. Os que provaram estar mais acelerados no seu processo de desumanização. Os robôts. Elegêmo-los para cargos políticos, para chefes de empresas, para professores, para tudo... O critério de decisão é a profundidade da loucura, da deficiência mental. Quanto maior for a distanciação do humano, maior o prémio. Chamam-lhe progresso. Quando deveria ser ao contrário. Quando deveríamos precisamente almejar esse estado natural, primitivo. Quando deveríamos, não perseguir e acelerar essa maquinização domesticada, mas precisamente tentar voltar a esse estado de inocência e de pureza, voltar à criança que um dia fomos. E nunca o inverso. O Homem, deixou há muito de existir. O que temos agora é uma coisa completamente diferente. E a tendência é para piorar, a um ritmo avassalador.

Odeio todos aqueles que nos guardam nos estábulos, bem como aqueles que nos metem o freio, os que nos montam, e os próprios iguais, que enaltecem a grandiosidade do magnífico curral, a palha que lhes dão de comer, e ainda se gabam de serem os mais obedientes e rápidos. Pudera...


A conclusão é antiga. Voltar atrás e esquecer o aprendido, seria simplesmente impossível. A ignorância repugna-me profundamente. Do egísmo nem falo. A negligência, imperdoável. As convicções das certezas decalcadas de um qualquer paradigma económico, técnico ou ideológico, metem-me nojo. Seria incapaz de aceitar algo que fosse contra a minha consciência...

Prostituo-me como todos os outros. Mas nunca me ouvirão tecer elogios à actividade, nem cantar hinos ao dinheiro sujo que nos compra (a uns mais do que outros), nem defender que deveríamos ser o melhor bordel da zona (ou aumentar a produtividade do bordel), nem ter orgulho em ser uma puta famosa. Posso não ser diferente. Mas sonharei sempre com a liberdade. E nunca, mas nunca serei colaboracionista. Porque a estupidez não se transmite genéticamente, ao contrário daqueles que acreditam que a prostituição lhe foi transmitida como valor, pois já os seus familiares eram grandes prostitutos. Também me roubaram as moedas, e obrigaram a dar para esse peditório (quando ainda não era eu que geria as moedas que ganhava). Mas não foi por isso que me conseguiram inscrever nessa paróquia. A submissão é a ideologia dos fracos, dos tolos, da escumalha. Concordam em ser violados, simplesmente querem receber mais moedas por isso, ou melhor, serem o bordel (portugal) mais rico... Fode-te, estás no meio da merda, e aí apodrecerás...

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