quarta-feira, julho 16, 2008

Esta noite tive um sonho mau...

Não tenho ciúmes há vários anos, e já nessa altura não eram ciúmes, era estar à espera de uma morte anunciada, de uma terrível sensação que já tinha experimentado e que não quero voltar a ter. Preferi renunciar ao prazer de uma relação, se com isso evitava essa específica ânsia ou sofrimento: não é a traição enquanto acto sexual que me incomoda, porque nem era isso que estava em causa, era a mentira podre e prolongada que exalava entre cada frase, entre cada olhar... Porquê então não assumíamos desde o início que tínhamos ideais diferentes, que ela queria continuar a ter outras pessoas? Ou acabávamos logo ali ou a tornávamos numa relação aberta, mas seguramente teríamos evitado as hipocrisias e muito o sofrimento,

E essa ânsia, que eu não sentia há praticamente 10 anos voltei a senti-la contigo. Durante estes anos, e mesmo tendo algumas relações mais duradouras, foi possível não sentir uma única vez ciúmes de ninguém. Não sei se o defeito é meu, também não será teu de todo. Sucede simplesmente que somos diferentes, e temos filosofias diferentes, e fingir que não, a mim causa-me sofrimento.

Depois de uma ausência no espaço e no tempo, bastou-se sair à rua para perceber que a tentação é maior quando temos uma relação do que quando estamos sozinhos. Não fiz nada, mas a mente vagueia mais. Porque sei tu valorizas bastante as tuas fantasias, e tens vontade de as praticar, pedir que não o faças é castrar essa vontade de o fazer. Porque sei que tens muita "energia" (que não gastas sozinha) e porque sei que oportunidades não te vão faltar, não quero que te sintas presa pelo que eu te disse ou digo e espero que se sinta totalmente livre de fazer o que quiseres, sem proibições, moralismos ou condicionamentos da minha parte. Gostaria que me contasses a verdade, é certo, mas mesmo isso só depende de ti.

Pedes-me para confiar em ti racionalmente,

quando até hoje foi sempre o meu instinto a decidir em quem e quando confiar,

e quando não há nada de racional na intuição. Objectivamente, na prática, não tenho razões para duvidar de ti, e várias vezes já te magoei por tê-lo feito. Mas se perguntares ao meu sexto sentido, ele vai dizer que espera a todo o momento uma catástrofe, e tenta-me alertar para isso a todo o tempo. Não porque tu sejas má pessoa, não porque não me amas, não porque me queiras magoar deliberadamente... Mas talvez porque sabe que temos filosofias diferentes, talvez porque te vê no teu espírito uma "vontade" natural que não pode nem deve ser abafada, talvez porque tenhas falado do caso de eu te trair (projecção das próprias intenções) e de como gostarias de poder ter uma relação aberta, talvez porque os sonhos costumam ser bons prenúncios do que está para acontecer, talvez porque tudo o que escondes e que não tem nada de errado se torna perverso porque o escondes...

Não é fazendo sacrifícios pessoais, tu privando-te de fodas que desejas dar (e ou dando-as e dizer que não), e eu vivendo com esta ânsia, que vamos ser felizes

Somos diferentes, e essa coisa que para mim é e sempre foi tão óbvia, mesmo que tu própria não te apercebas, provocam-me ansiedade.

Como estar à espera de uma catástrofe eminente

Queria simplesmente conseguir dormir...

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