quarta-feira, julho 16, 2008

Depois de uma ausência no espaço e no tempo (que se vai prolongar por semanas), bastou-se sair à rua para perceber que a tentação é maior quando temos uma relação do que quando estamos sozinhos. Não fiz nada, mas a mente sente mais vontade. Como está novamente livre, vagueia, porque se sente solitária e menos amada. Porque sei que a outra parte tem uma ideia diferente das coisas, porque antes de ir embora falou nisso, mais do que uma vez, a dizer que eu era livre de ir com outras (desde que não lhe contasse) fiquei a sensação que ela só o dizia porque lhe tinha passado a ela, e que isso era uma simples projecção do seu próprio desejo. Porque sei que ela tem muita "energia", e porque sei que oportunidades não lhe vão faltar (a uns milhares de kms daqui), não quero que se sinta presa pelo que eu lhe disse ou digo e espero que se sinta totalmente livre de fazer o que quiser, sem castrações, moralismos ou condicionamentos de terceiros. Só preferia que me contasse, mas mesmo isso só depende dela.

Neo-Monogamismo constiste em ter uma relação séria e assumida com um companheiro fixo, mas ao mesmo tempo ter total liberdade e consentimento do outro para ter relações com companheiros ocasionais. Estas podem consistir em simples "amizades coloridas" em que a tentação sexual, desejo e paixão se cultivam mentalmente, sem chegar a ter relações sexuais, ou cultivar o sexo o mais possível a seu belo prazer. Aqui deixo alguns links.

http://mulher.sapo.pt/articles/afectos/relacoes/744746-2.html

http://oamante.blogs.sapo.pt/12876.html

Desde os 18 anos decidi não mais voltar a assumir compromissos de fidelidade ou de exclusividade nas relações que fui tendo, nem tanto por acordo mas porque era um desejo meu que sempre tratava de impôr como condição sine qua non. Nunca tão pouco quis saber se as outras tinham outros companheiros ou não, e se sabia, não me importava e nunca sentia ciúmes. Não sei se porque me fartei, não sei se porque tive más experiências várias no passado ou porque só o fazia porque realmente porque não queria aquela pessoa e tinha desejo de procurar outras, não sei se porquê hoje em dia não consigo perceber essa vontade antes de extinta a paixão, já que quando acaba o fogo poderemos sempre voltar a ter todos os amantes do mundo... A não ser que estejamos insatisfeitos, e aí será perfeitamente compreensível...

...


Compreendo a procura incessante de novos parceiros, a todo o tempo, excepto quando estou verdadeiramente apaixonado. Se há chama com a outra pessoa, para quê procurar o sexo pelo sexo, quente e desenfreado no momento mas que depois se vai tornar frio e desolador na nossa consciência? Pois, e também há essa questão fisiológica ou hormonal. Quem nunca viu um animal com o cio, a esfregar-se desesperadamente nas paredes? Se uma pessoas não se masturba é natural que acabe por foder na primeira oportunidade que lhe apareça.


Cá para mim as duas pessoas só serão verdadeiramente "felizes" se tiverem uma filosofia idêntica nestas coisas, e se forem suficientemente honestas para admitir e partilhar tudo. Também não acho que tenham que se adaptar à outra, e fazer sacrifícios pessoais. Caso contrário é só uma questão de tempo até que as diferenças se "revelem".

Só a verdade não dói. É ela que vem sempre ao de cima, mesmo quando a mentira se esconde atrás de qualquer frase. A verdade dá-me paz, permite encontrar o meu lugar certo e o meu equilíbrio no mundo. Não a verdade que os outros me querem dar nem o equilíbrio artificial que querem que eu tenha, com uma venda nos olhos. Porque é que não permaneço fiel a mim próprio? Porque é que traçam planos e depois me vêem com estas merdas só porque não amam o suficiente e porque não sabem o que é sofrer?
Queria sinceridade, orgasmos mentais de penetrações intelectuais partilhadas sem censuras e que não esbarrassem contra monstruosos egos escondidos por ids super-castradores. A honestidade acima de um prazer ficcionado que degenere em sofrimento.


É somente uma questão de tempo. Chegará a primavera e tudo tomará o seu rumo natural...

É apenas um devaneio. Mas os sonhos costumam ser bons preditores da realidade.

Será que os vanguardistas não serão aqueles que vivem o amor intensa e exclusivamente a dois enquanto é bom, para não estragá-lo antes do tempo, e depois de esgotado partem então para as outras opções?


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