terça-feira, agosto 07, 2012

Rotina

Ela preparava-se para se ir deitar, mas sabia que ele não a ia deixar dormir, sabia que ele queria sexo. O sexo com ele era para ela como uma obrigação que tinha de cumprir, um trabalho, uma rotina que lhe proporcionava manter aquela relação, aquela vida normal. Ele tentou agarrá-la, beijá-la, mas ela disse-lhe que estava cansada e que queria dormir. Fechou os olhos e vieram-lhe à memória as imagens do seu primeiro amante, do seu primeiro romance, aquelas intermináveis sessões de amor que se prolongavam por horas e que nunca pareciam acabar, com intervalos de dias que custavam a passar até à vez seguinte, e que, ao contrário da situação presente, não pareciam constituir momentos excepcionais no meio dos dias normais, mas pareciam sim terem demasiados dias normais intercalados no meio desses momentos especiais... Como tudo era diferente, nesses tempos... Enquanto ela se lembrava dessa imagem, sentiu o seu corpo avassaladoramente invadido por uma onda de calor, o seu ventre subitamente latejante, impacientemente húmido e receptivo, e enquanto se tocava possuída pelo desejo, sentiu a necessidade imediata de ser penetrada por ele. Então, mantendo os seus olhos fechados, virou-se para o seu namorado normal, imaginado que era ele, e beijou-o intensamente como se fosse o seu antigo amante , revendo-se novamente naquele quarto de outros tempos...



Em poucos minutos, tudo voltava novamente à realidade

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