Balanço de 2009
2009, o pior de sempre, mas há males que vêm por bem
Perdi tudo. O meu desejo obsessivo de fugir com uma mulher deu mau resultado. Erro de casting. Confusão gigantesca. Depressão, desilusão, revolta e solidão. Perderam-se os limites daquilo que era realidade, e ainda hoje não sei bem onde ficam. Perderam-se amigos também, e muita coisa aí pelo meio.
Certas pessoas eram merda. Daí à paranóia da generalização completa foi um passo, e eu caminhei bastante para lá dessa linha, até regressar a mim próprio, ou como diz Henry Miller, até chegar ao armário e voltar a vestir a minha personalidade. Os outros relativizei-os, os verdadeiros recuperei-os.
O meu mundo desabou completamente. O meu limiar máximo de dor numa escala de um a cem, rebentou a escala por completo e passou dos muitos milhões até não haverem mais números. Maquiavélica hipocrisia. A mim calhou-me a pior. Armadilharam tudo e acenderam o rastilho. A explosão devastou tudo num raio de quilómetros. Fiquei sem cara. Durante uns meses.
O dilema do eterno marido ou como curar a dor de corno
O mais importante, por muito que doa e que só se deseje vingança, é ser racional. Nenhuma mulher deste mundo merece uma unha, e eu sei isto por experiência própria. Claro que durante a dor não se pensa noutra coisa, mas é importante manter presente que por muito más que estejam as coisas, só poderão vir a melhorar. Vemo-nos finalmente livres de uma pessoa que sabemos que vale pouco ou nada, e daí a uns meses conhecem-se sempre outras pessoas. Acontece a todos, ficamos vacinados. Aprendemos a seleccionar melhor as pessoas, a decidir com quem queremos estar, deixamos de ser manipulados, recuperamos auto-estima.
Há que ver o lado positivo da coisa, e isto é de salientar sempre ao longo deste processo, por muito que doa: Vemo-nos livres da pessoa para sempre e recuperamos a liberdade, voltamos a ser quem éramos. Se ainda gostamos da pessoa, fica-se sem a dor de termos sido nós a rebentar com a relação. E isto aqui depende de cada um, da dignidade que se tem ou não. Quanto a mim acho que é cortar totalmente: apagar todos os números, contactos, fotos, objectos, em suma, tudo aquilo que possa fazer recordar. Se for preciso preciso queimar e atirar tudo para o lixo, que seja. Longe da vista, longe do coração. Queimar objectos costuma dar outra sensação. Depois é nunca mais responder às suas tentativas de voltar a comunicar, e a pessoa com o tempo desiste.
A primeira tendência é para nos culpabilizarmos porque desejávamos que tivesse sido diferente, ou gostávamos de continuar com a pessoa. É errado. As pessoas são más, e se aconteceu é porque tinha que acontecer. É a arma favorita de muitas, mas há umas piores que outras. E nem todas as pessoas são iguais. Nesse caso devemos é ficar contentes porque não desperdiçámos nem mais um dia , e se o tivéssemos descoberto mais tarde, podíamos ter perdido anos preciosos das nossas vidas. Para além disso depois conhecem-se sempre pessoas melhores, o que às vezes não é muito difícil. Não entrem no síndrome do gato congelado, isto é deixarem o gato congelado na arca depois de morrer. Morreu vai para debaixo da terra, acabou.
Mas isto demora tempo, e estas coisas quanto mais cedo se souberem melhor, para podermos começar a agir.
O nosso primeiro impulso é para nos tornarmos no completo oposto daquilo que éramos, porque achamos que isso é o normal e que nós é que estávamos mal. Um bocado ao jeito de Veltchianov no romance O Eterno Marido. Isso até pode ser positivo, porque se não aprendêssemos nada com a experiência, mau seria. Mas a tendência é para se chegar a um meio termo, e voltar a confiar nos nossos instintos. Não o andar a reboque dos outros. Recomendo este livro escrito na fase madura do Dostoievski. Se não o têm comprem-no, é pequenino, lê-se bem, e poupa-vos anos de tempo perdido.
Para além da literatura vejam séries, filmes, coisas que distraiam e que vos voltem a mostrar como o mundo funciona (durante uns tempos ficamos sem saber nada), e acima de tudo saiam: recuperem os amigos que conseguirem, bebam e tentem sobreviver. Passado um tempo estarão a conhecer mulheres naturalmente, porque voltaram a ter uma vida social.
Nesta fase, ou até antes ali na do Veltchianov VS Pavlovitch, é importante ir dando umas fodas, quando surja a oportunidade. No princípio nem se consegue fazer nada de jeito, mas isto é uma coisa psicológica e naturalmente o desejo regressará. Pelo meio é importante manter o físico, e para isso serve a masturbação diária: repõe os nossos níveis hormonais na descontracção, e assim ficamos mais à vontade junto com as pessoas em geral, e sentimo-nos menos deprimidos. Importante nesta fase é também deixar de se submeter, e se não gostam, não se submetam, seja indo para a cama com elas, seja não deixando que lhes ponham novamente a coleira do cão ou facas nas costas.
“O mais monstruoso dos monstros é o que tem bons sentimentos”. Veltchianov
E não vão atrás da ex, nem se voltem para pessoas que já vos tinham dado tampas, se vos continuam a ignorar. Vão em frente, não vivam no passado, não sejam pessoas mesquinhas que passam a vida a lamentar-se. Esqueçam o passado por completo e vivam no presente, um dia de cada vez, como se não tivessem sequer um passado.
Com isto já estão de pé novamente. A cura total acontece quando se voltam a apaixonar.
Mas cuidado com quem se voltam a apaixonar.
Perdi tudo. O meu desejo obsessivo de fugir com uma mulher deu mau resultado. Erro de casting. Confusão gigantesca. Depressão, desilusão, revolta e solidão. Perderam-se os limites daquilo que era realidade, e ainda hoje não sei bem onde ficam. Perderam-se amigos também, e muita coisa aí pelo meio.
Certas pessoas eram merda. Daí à paranóia da generalização completa foi um passo, e eu caminhei bastante para lá dessa linha, até regressar a mim próprio, ou como diz Henry Miller, até chegar ao armário e voltar a vestir a minha personalidade. Os outros relativizei-os, os verdadeiros recuperei-os.
O meu mundo desabou completamente. O meu limiar máximo de dor numa escala de um a cem, rebentou a escala por completo e passou dos muitos milhões até não haverem mais números. Maquiavélica hipocrisia. A mim calhou-me a pior. Armadilharam tudo e acenderam o rastilho. A explosão devastou tudo num raio de quilómetros. Fiquei sem cara. Durante uns meses.
O dilema do eterno marido ou como curar a dor de corno
O mais importante, por muito que doa e que só se deseje vingança, é ser racional. Nenhuma mulher deste mundo merece uma unha, e eu sei isto por experiência própria. Claro que durante a dor não se pensa noutra coisa, mas é importante manter presente que por muito más que estejam as coisas, só poderão vir a melhorar. Vemo-nos finalmente livres de uma pessoa que sabemos que vale pouco ou nada, e daí a uns meses conhecem-se sempre outras pessoas. Acontece a todos, ficamos vacinados. Aprendemos a seleccionar melhor as pessoas, a decidir com quem queremos estar, deixamos de ser manipulados, recuperamos auto-estima.
Há que ver o lado positivo da coisa, e isto é de salientar sempre ao longo deste processo, por muito que doa: Vemo-nos livres da pessoa para sempre e recuperamos a liberdade, voltamos a ser quem éramos. Se ainda gostamos da pessoa, fica-se sem a dor de termos sido nós a rebentar com a relação. E isto aqui depende de cada um, da dignidade que se tem ou não. Quanto a mim acho que é cortar totalmente: apagar todos os números, contactos, fotos, objectos, em suma, tudo aquilo que possa fazer recordar. Se for preciso preciso queimar e atirar tudo para o lixo, que seja. Longe da vista, longe do coração. Queimar objectos costuma dar outra sensação. Depois é nunca mais responder às suas tentativas de voltar a comunicar, e a pessoa com o tempo desiste.
A primeira tendência é para nos culpabilizarmos porque desejávamos que tivesse sido diferente, ou gostávamos de continuar com a pessoa. É errado. As pessoas são más, e se aconteceu é porque tinha que acontecer. É a arma favorita de muitas, mas há umas piores que outras. E nem todas as pessoas são iguais. Nesse caso devemos é ficar contentes porque não desperdiçámos nem mais um dia , e se o tivéssemos descoberto mais tarde, podíamos ter perdido anos preciosos das nossas vidas. Para além disso depois conhecem-se sempre pessoas melhores, o que às vezes não é muito difícil. Não entrem no síndrome do gato congelado, isto é deixarem o gato congelado na arca depois de morrer. Morreu vai para debaixo da terra, acabou.
Mas isto demora tempo, e estas coisas quanto mais cedo se souberem melhor, para podermos começar a agir.
O nosso primeiro impulso é para nos tornarmos no completo oposto daquilo que éramos, porque achamos que isso é o normal e que nós é que estávamos mal. Um bocado ao jeito de Veltchianov no romance O Eterno Marido. Isso até pode ser positivo, porque se não aprendêssemos nada com a experiência, mau seria. Mas a tendência é para se chegar a um meio termo, e voltar a confiar nos nossos instintos. Não o andar a reboque dos outros. Recomendo este livro escrito na fase madura do Dostoievski. Se não o têm comprem-no, é pequenino, lê-se bem, e poupa-vos anos de tempo perdido.
Para além da literatura vejam séries, filmes, coisas que distraiam e que vos voltem a mostrar como o mundo funciona (durante uns tempos ficamos sem saber nada), e acima de tudo saiam: recuperem os amigos que conseguirem, bebam e tentem sobreviver. Passado um tempo estarão a conhecer mulheres naturalmente, porque voltaram a ter uma vida social.
Nesta fase, ou até antes ali na do Veltchianov VS Pavlovitch, é importante ir dando umas fodas, quando surja a oportunidade. No princípio nem se consegue fazer nada de jeito, mas isto é uma coisa psicológica e naturalmente o desejo regressará. Pelo meio é importante manter o físico, e para isso serve a masturbação diária: repõe os nossos níveis hormonais na descontracção, e assim ficamos mais à vontade junto com as pessoas em geral, e sentimo-nos menos deprimidos. Importante nesta fase é também deixar de se submeter, e se não gostam, não se submetam, seja indo para a cama com elas, seja não deixando que lhes ponham novamente a coleira do cão ou facas nas costas.
“O mais monstruoso dos monstros é o que tem bons sentimentos”. Veltchianov
E não vão atrás da ex, nem se voltem para pessoas que já vos tinham dado tampas, se vos continuam a ignorar. Vão em frente, não vivam no passado, não sejam pessoas mesquinhas que passam a vida a lamentar-se. Esqueçam o passado por completo e vivam no presente, um dia de cada vez, como se não tivessem sequer um passado.
Com isto já estão de pé novamente. A cura total acontece quando se voltam a apaixonar.
Mas cuidado com quem se voltam a apaixonar.
1 Comentários:
espero que não me leves a mal mas, quando te leio alguns textos, como este, não consigo evitar pensar que possas ser uma mulher.
não que isso seja importante, apenas porque circunscreve a coisa de outra forma. e isso, sim, é interessante para mim :)
beijo e melhor ano.
vanus
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