quinta-feira, abril 19, 2007

Sim, a minha resposta à velha qustão é sim. Nós tínhamos uma empatia especial, que senti desde o primeiro momento, e se realmente existe aquilo a que chamam amor à primeira vista, acho que foi aquilo que eu senti quando te vi pela primeira vez. Quando retribuíste aquele olhar, foi como se estivesses a pensar o mesmo, a sentir o mesmo, a dizer o mesmo a ti própria. Eu teria ficado contigo sem dúvida nenhuma, era como se aquela visão de eu com alguém fizesse contigo mais sentido do que com qualquer outra. Naquele momento pensei que eras a mulher que eu queria conhecer, mesmo antes de dizeres uma palavra, só com aquele olhar. Claro que na primeira palavra isso podia ter desaparecido instantemente, mas não desapareceu. A forma como te sentia nas "aulas", a astúcia com que calculavas tudo à tua volta sem ninguém te ver a olhar, a forma como falavas, a clareza e suavidade como dizias tudo, não sei, tudo junto parecia fazer de ti uma deusa, a minha deusa. Quando me cruzava contigo e trocávamos um olá, era como se aquela imagem ficasse guardada, durante dias, para me fazer feliz. E existia algo forte entre nós... Lembras-te quando depois das férias te encontrei no café, me sentei contigo e com os teus outros amigos e acabámos sozinhos na mesa a beber licor? Havia uma relação especial, é claro que havia, e até os que estavam de fora percebiam isso. E achei por momentos que gostavas de mim, mas a nossa baixa auto-confiança traiu-nos. Bastou-me assistir aquelas brincadeiras entre ti e aquele teu amigo para deitar as minhas esperanças abaixo, e ver que não teria forças para aguentar aquela dor. E quando não era ele era outro ou os outros que vias diariamente, os teus colegas, aqueles que estavam em contacto directo contigo. Eu não tinha acesso a ti, no meio de todo aquele trabalho e de todas aquelas noitadas lá fechada. Eu na altura teria sido o que quer que fosse preciso para estar mais tempo contigo. Pouca auto-confiança, ciúmes, e o facto de ter tão pouco acesso a ti, deram origem a uma dor e um desânimo que me levaram a ir desistindo de lutar. E depois apareceu ela. Não para te substituir, não porque ela tivesse anulado a paixão que tinha por ti, mas simplesmente porque ela estava lá o tempo todo e tu não. E tu sabes que não é difícil ficar apaixonado por ela. Mesmo que o desminta sempre e que o torne impossível, os gestos eram carinho. Tu continhas-te tanto que mesmo que gostasses realmente de mim, ias-me sempre levar a pensar que não. Talvez não saibas ainda hoje se realmente gostavas ou se é mais fácil pensares que sim. Eu nunca deixei de gostar de ti, mesmo na altura em que a paixão por ela me batia mais forte, embora tivesse disposto na altura a arriscar tudo, porque contigo só me pareceu que me querias realmente no inicio. No final saí de cena porque gostava das duas, e não querendo magoar ninguém, não tinha cara nem força para perturbar qualquer uma de vós. Gostei muito das duas em intensidades e alturas diferentes, e sabia que vocês tinham as vossas próprias paixões. Mas a tua foi ficando mais viva, depois de tudo terminar, talvez porque foi a primeira, talvez por achar que faria mais sentido até certo ponto, talvez porque nalguns aspectos és mais parecida comigo, talvez por tantas coisas... Foi apenas o teu afastamento e as tuas recusas que me fizeram desistir, e a minha auto-estima. Não me critiques por achares que sou mulherengo ou que vou com a primeira. Foste a primeira mulher por quem me apaixonei verdadeiramente desde que tinha chegado a esta cidade. Podia ter amizades onde pensavas ver amor, mas seria por solidão ou por tristeza e sabes que não era isso que eu procurava, senão também ainda agora não diria isto. E o que eu fiz por ti, nos momentos finais? Deste-te bem conta do que eu fui capaz de fazer, das figuras ridículas a que me submeti? Discussões exaltadas, ressentimentos, desistências, revolta, tristeza que deram em convites, telefonemas, mails, isto tudo... Podes-me chamar até impertinente, o que quiseres, mas eu não tinha medo e tu tinhas demasiado, ao ponto de isso te impedir de viveres, até porque os impulsos ás vezes guiam-nos melhor do que a razão. Pelo menos até encontramos a escolha certa, depois isso deixa de ser assim. Eu fiz de tudo.., nessa altura. Mesmo quando estava aí, estava sempre à espera de encontrar a agulha no palheiro. Tu sempre soubeste onde eu estava e nunca me quiseste procurar... No final fiz o que tinha a fazer, e ainda havia tempo, talvez. Tu não respondeste...

0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial