domingo, março 04, 2007

Ontem saí pela quinta noite consecutiva e embebedei-me fortemente uma vez mais, fumei droga, e fiz o mesmo roteiro. Se bem que tudo parecia ter uma aura diferente. Ando desiludido e descrente com tudo e com todos, e acho que isso deve transparecer, espero que não, estou calado como um túmulo. Fui jantar com Hélder e outros amigos e para minha própria surpresa desta vez não senti nem uma pontinha de ciúmes ou de mal-estar esta noite, nem mesmo quando Hélder saiu antecipadamente dizendo "a nossa amiga requisitou-me hoje", nem mesmo depois quando receava ir ao mesmo café e encontrá-los, mas nem essa tensão me conseguiu preocupar. Apenas um facto a registar. Guida não quer ou não consegue enfrentar-me. Apesar de eu ter prolongado ao máximo a entrada e virado costas quando me sentei, não tendo voltado a cabeça uma única vez em direcção a eles, ela cometeu a proeza incrível de ir à casa-de-banho e passar mesmo na minha frente sem me cumprimentar ou sequer desviar o olhar do chão. É claro que eu não olhei para ela uma única vez, e estava à defesa por isso devo dizer mesmo que já o esperava. Mas é claro que é esquisito. Parecia nervosa, já que no momento em que saía, hesitou, parou, disfarçou parecendo procurar algo dentro da mala, sussurrou a amiga qualquer coisa e saiu. Acho que cada dia que passa sinto menos o que quer que seja por ela. Adiante, fui depois à discoteca-rock e encontrei Fernanda. Eu estava fisicamente de rastos, tinha dormido três horas, como hoje, aliás como na última semana e disse-lhe estou farto desta merda toda, que ia para casa. E fui. Ia a dirigir-me à porta quando me aparece pela frente Aida, que me cumprimenta com um enorme sorriso, daqueles como se estivesse a reconhecer um grande amigo de infância, exactamente iguais aos que eu lhe fazia a ela quando a encontrava. Mal consegui esboçar um fingido, dei-lhe dois beijos, pensei dois segundos e disse-lhe tu és maluca, segui para a rua. Ela segurou-me com um braço e disse-me qualquer coisa como "eu seguro-te, não te preocupes", e eu com uma cara séria mas ao mesmo tempo desinteressada disse-lhe tu nem a ti própria consegues segurar, e continuei em frente sem esperar pela resposta apesar de ter reparado na cara de estupefacção dela, que ainda me veio a perseguir até ao bar mantendo distância, quando a apanhei a olhar para mim e continuei a andar até à rua... nem ela nem ninguém estavam à espera que eu me estivesse tão a cagar para tudo, nem eu próprio...

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