domingo, fevereiro 17, 2008

II

Isto parece um romance daqueles ranhosos, uma novela daquelas de má qualidade. Estou um bocado farto destas merdas todas, de internets, de dramatizações, de melosas aventuras em busca do santo graal. Acreditar e pensar demasiado em romances abstractos ocupa-me muito tempo e trabalho. Não vou mexer uma palha, e não vou ter preocupações com as más vibrações. O sofrimento não é um calvário obrigatóriamente necessário para se chegar ao paraíso. O meu espaço e tempo, devem ser coloridos, sempre que possível por muitas cores quentes e não por pesadelos frios e intermináveis. Chegou o tempo, em que o próprio tempo, se torna o bem mais precioso, e não deve ser desperdiçado. As palavras já não são para gastar à toa, os olhos e os gestos terão mais significado.

Isto é o pensamento teórico da situação do momento. Toda a vontade que não parecer intuitivamente a que parece vestir maravilhosamente bem, não adianta sequer repensar. Quer isto dizer que o que se passa é que, depois de mascar muito nas coisas graças aos efeitos fantásticos dos freddygatos, como que meditei e percebi que nos últimos tempos andava a receber demasiadas más energias, e depois reflectia isso inconscientemente. A paisagem agora é outra, e o estado de espírito também. Por vezes, e mesmo no meio da loucura, tenho que me abstrair um bocado do plano debaixo, e meditar mais por alto nas coisas. É possível tentar evitar os focos de más energias, intervir de longe neles chamando a atenção a outros que o fazem inconscientemente, ou simplesmente afastarmo-nos ou ignorá-los. Desta forma é possível evitar perder tempo e limpar do meu mundo das ideias aquilo que me dá stress. A disposição é completamente diferente, e tudo deixa de parecer uma guerra. É o amor o único objectivo, e não os jogos, nem o sofrimento nem a tragédia.

Mas na prática, o romance continua. Conheci Babi, uma mulher muito interessante, no final da noite numa dessas festas (não me lembro muito bem como), e passámos uns dias maravilhosos juntos. Contudo isto levantou-me problemas. Continuo apaixonado por Mara, e inclusivé tivémos uma espécie de birra recentemente, em que andámos uns dias sem comunicar, mas o facto é que quando estou com ela me sinto a flutuar, apesar de não se ter avançado com grande coisa concretamente, fomos-nos aproximando mais, e não sei porquê ela faz-me sentir tranquilo. Há uma espécie de empatia mágica entre os dois, e ela também já percebeu isso. Ontem ouvi uma boca que dava aqui que contar. Mas não voi fazê-lo. Tudo parece bem.
Mas há Babi. Babi foi passar um mês à Polónia, de onde é natural, mas daqui a umas semanas estará por aí. A verdade é que gosto dela, e tenho saudades, mas a Mara.., é especial. Ainda que eu saiba que me posso apaixonar por Babi em pouco tempo, pelo que já conheci dela, Mara liberta-me inacreditáveis quantidades de serotonina no cérebro... Que posso eu fazer? Mara parece corresponder, mas não temos tido grandes possibilidades de estarmos os dois a sós. Temos uma espécie necessidade de sair para nos vermos. Não faço ideia, não consigo pensar.
E depois havia ainda Maria. Ouvi o que precisava de ouvir dela, ao longe. Ela diz que não gostava de mim, apesar de por vezes dizer coisas que parecem querer dizer o contrário. Disse isso, mas depois pareceu muito interessada em saber se eu já estava apaixonado por alguém e por aí fora... Seja como for, não é não, e pelo menos consigo deixar de pensar nela como pensava antes. Se gostasse de mim, ter-se-ia preocupado em, pelo menos, ter sido melhor para mim, e não me teria feito sofrer metade do que me fez. Ao reduzir as preocupações, reduzo o stress e as energias negativas.
Mas em relação a Babi não sei o que fazer, ela parece gostar de mim e querer continuar. Eu também, mas não consigo deixar de pensar em Mara, e na minha decisão de não perder tempo com escolhas que não sejam as que não dão dúvidas... Se ao menos Mara me desse um bom empurrão...

Ano Novo (continuação)

Como ia entretanto a escrever no outro dia, estava decidido a permanecer livre e manter-me afastado de confusões com mulheres, pelo menos com aqueles que não me interessassem verdadeiramente. Contudo passei o mês inteiro de Janeiro em bezanas, drogas e festas. Numa destas conheci Baby, uma polaca interessantíssima, bonita, inteligente e avant-garde. conhecemo-nos de madrugada. Uma noite fantástica de sexo.

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Ano Novo (pelo menos)

Tomei algumas resoluções para o ano novo tentando resolver alguns problemas. O primeiro deles era pôr um ponto final nas relações amorosas em que andava envolvido, e pelo menos isso está feito. Desvinculei-me amigavelmente da pequena Lolita Rosa, que dava comigo em doido, e também de Júlia que me deprimia profundamente. Se andar constantemente envolvido com mulheres, sem estar verdadeiramente apaixonado por elas, vou acabar por ir deixando passar o tempo sem me preocupar com o que é realmente importante: encontrar alguém com quem me sinta verdadeiramente preenchido, e que eu preencha da mesma forma. E pelo caminho, pelo menos nos últimos tempos, foram acontecendo alguns episódios.

Tinha acabado de tomar e executar esta decisão de manter a loja "objectivamente" desamparada e o ano novo vinha a caminho. Também será importante referir que entretanto apaixonei-me, se não o estava já mesmo antes, por Mara. Mara tem tudo o que me atrai numa mulher, menos a idade... Mara sou eu, e isso assusta-me e fascina-me ao mesmo tempo... Entretanto ajudou-me, pelo menos, a não pensar tanto em Maria. Não consigo deixar de evitar pensar nela, mas pelo menos penso muito menos, não a procuro tão conscientemente, e já passo dias sem ir verificar alterações no seu hi5. Mara foi ocupando o meu pensamento a espaços. Temos tido várias brigas, nas quais estamos dias e dias de relações cortadas, apesar de sermos, "amigos". Acho que ela também gosta de mim, mas não o suficiente para que algo se passasse.

Esta ideia de me manter livre para aquela que vai valer mesmo a pena, tem-me trazido ansiedade. Medo por passar demasiado tempo sozinho. Simplesmente assusta-me. Vai daí, tenho saído que nem um louco. Começou logo na passagem de ano. Vim uns dias antes para a cidade, e já aí, foi sair e beber diáriamente, acabando na discoteca do costume. Fui parar a Espanha, não sei muito bem como num domingo à tarde, depois de uma dessas bebedeiras, em que combinei tudo não sei muito bem como. À noite estávamos em Granada, eu mais dois amigos, um deles o condutor, velho amigo meu, e duas "pitas" deslumbrantes. Uma já conhecia. A popular rockeira, que é boémia, mas, e apesar de excelente pessoa, de boas famílias e não dada a excessos. A outra, uma amiga sua, ainda muito mais deslumbrante, uma mulher que irradiava energia e amor, e que, notava-se, vivia numa prisão de normalidades... Bem, para abreviar, bebemos, e depois, na segunda noite beijámo-nos e as amigas, ou ela, já nem sei muito bem, levaram-na para casa e eu fui afogar as minhas mágoas com um loura belga, igualmente deslumbrante e interessante, com quem acabou por não dar sexo, porque eu estava demasiado bebâdo e não conseguia deixar de pensar na outra... Um pormenor: não fiz nada para além de olhá-la, e mesmo assim, com cuidado. Apesar das tentativas tresloucadas por vezes, dos outros para impressioná-la, ela ficou intrigada com o meu silêncio e calma. Foi ela quem se meteu, tentando "abrir a casca" com um "-tu és muito calado...". É daquelas pessoas que não provavelmente não voltarei a ver na minha vida...
este não sou eu, é apenas o meu alter-ego das insónias, e portanto, não, não lamento, mas não sou esquizofrénico, mas este não sou eu, felizmente, ou não, não sei muito bem ainda nada...